A escuta terapêutica é diferente da escuta comum. Falar com um psicólogo não é a mesma coisa do que falar com um amigo, e neste artigo vamos trazer alguns pontos importantes sobre essa escuta e suas diferenças.
Antes de colocarmos aqui o que é escuta terapêutica, vamos entender o que é informação, ou melhor, o que é mensagem e como esta funciona. A estrutura é simples, há uma informação, uma mensagem a ser transmitida, um locutor que irá oralizá-la e um receptor que vai recebê-la. Portanto, na escuta terapêutica o locutor e o receptor são representados pelo psicólogo e pelo paciente, sendo este o principal locutor e o psicólogo o principal receptor. Afinal o paciente é o protagonista da psicoterapia. Ele que vai ditar o ritmo da caminhada, porque é ele quem conta a sua história. Já em devolutivas e intervenções verbais, o psicólogo entra neste papel de locutor e a partir daí o receptor passa a ser o paciente.
Entendeu até aqui? Agora vamos entender o que é escuta terapêutica.
Provavelmente, para você que já se deu a oportunidade de fazer psicoterapia, ouviu de algum familiar ou amigo que o que o psicólogo fala, ele, o conhecido, já tinha te falado muito antes. Que ele já tinha te avisado, que ele já tinha apontado e que o que o psicólogo fala não é nada demais. Porém, o que esta pessoa não entende é o porquê de quando falado por um psicólogo, aparentemente, faz mais sentido para você do que quando ela, a pessoa, fala tal informação semelhante, chegando assim a comparar os dizeres do psicólogo como clichê. E sejamos realistas, não é que é clichê, mas é que passa a fazer sentido devido ao situação/ambiente neutro.
A escuta terapêutica é diferenciada por três pontos muito importantes: ela não tem opinião, ela não tem julgamento e se apresenta com total compreensão do que está sendo dito. Afinal, para eu entender melhor esse paciente e os seus problemas, eu tenho que compreender como que ele entende e enxerga o mundo. Outro ponto muito importante dessa escuta é fazer valer de qualquer forma. Às vezes o paciente vai emitir a mensagem e o psicólogo pode não compreender, muito pela forma como estes se comunicam, e aí é de obrigação do psicólogo que ele tente de outras maneiras fazer esse paciente se fazer entendível. Isso porque cada paciente é o único e singular, assim como a sua história e o modo que ele se visualiza. Ter total compreensão do que está sendo dito, às vezes no primeiro momento pode parecer difícil para o profissional, mas com o andar de todo o contexto e da oferta de empatia a mensagem no final consegue ser compreendida na sua plenitude.
Escuta terapêutica é importante e diferenciada, porque ela de fato se propõe a compreender o paciente, compreender a sua situação e como ele realmente está se sentindo. A partir dela que o profissional consegue entender e elaborar melhor as questões de intervenção e de orientação a seguir. Ponto importante, também, sobre a escuta terapêutica é o não julgamento e a não opinião por parte do profissional. O ambiente terapêutico tem que ser neutro, e essa neutralidade estão ligadas à essa não opinião e à esse não julgamento. Esse paciente já passa isso diariamente no seu cotidiano, com seus familiares, com seus colegas, com seus amigos, com a sociedade de uma forma geral. O propósito do ambiente terapêutico é trazer neutralidade para que ele possa se mostrar na sua mais verdadeira forma, poder compreender o sofrimento, e a partir daí galgar algo melhor de si para si mesmo. Um ambiente cheio de informação pode atrapalhar nesse autoconhecimento, pois tira o verdadeiro foco e protagonismo do que deve ser percebido e curado.
A psicoterapia é muito mais do que um estender de mãos, é uma porta para que o paciente possa se mostrar genuinamente para si mesmo.
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